O governo Cubano confirmou que solicitou ajuda ao Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas para conseguir alimentar suas crianças com leite.
A produção doméstica está declinando e dificulta o programa de leite subsidiado criado pela ditadura do finado Fidel Castro. O carregamento de leite já está a caminho, com origem no Brazil.
Outro produto em crise de abastecimento é o trigo, que também implica em cortes na oferta de pães subsidiados, política que foi inaugurada logo depois da tomada do poder em 1959.
Os ditadores de Cuba insistem que os problemas do sistema econômico Cubano foram causados pelo governo do presidente Donald Trump, apesar de se já se passarem três anos desde a saída de Trump.
A crise Cubana se agrava com a população enfrentando cada vez mais problemas com o abastecimento de comida e também de energia elétrica. A matriz energética do país foi criada para favorecer a União Soviética, que exportava petróleo para Cuba alimentar suas usinas termo elétricas. A generosa oferta dos governos Chaves e Maduro de petróleo barato também consolidou uma matriz energética ao redor de hidrocarbonos.
Agora que a própria Russia está com problemas para abastecer seu mercado interno com derivados de petróleo – gasolina e diesel – e a Venezuala também está com dificuldades de produção, há falta de combustíveis mais aguda do que o normal.
Cuba não está conseguindo produzir exportações suficiente para equilibrar sua balança comercial. Os problemas foram piorados com as decisões de se manter subsídios que não são direcionados aos meios produtivos, mas para manter uma política populista que agradava as massas.
Esta massa não está mais satisfeita, com protestos eclodindo em algumas ocasiões desde 2021, requerendo forte represália da ditadura Cubana, que acusa seu inimigo eterno os Estados Unidos de tramar contra Cuba.
A triste realidade é que Cuba importa mais do que exporta e está em decadência, apesar de grandes investimentos de grupos europeus em hotelaria, agricultura, industria e até em empreendimentos de exploração petrolífera. Mas os investimento não rendem a produtividade necessária.
Outra triste realidade são os presos políticos em Cuba, que deveriam ser de interesse da comunidade das nações, mas aparentemente a Comunidade Européia não coloca os direitos humanos em Cuba como fator de negociação dos investimentos.
A desculpa usual do embargo Norte Americano a Cuba está desgastada e se tornando ridícula com 65 anos de embargo, caminhos alternativos já deveriam ter sido percorridos com a Comunidade Europeia. E a contradição é óbvia: se os Estados Unidos são os opressores, não de deve desejar ser oprimido.
Cuba enfrenta os resultados de sua economia planificada, baseada em transferência de riqueza, antes da União Soviética e depois da Venezuela. Com o final desses subsídios, não há mais energia barata.
Outra fonte de renda era o confisco de até 90% dos salários dos “medics” que Cuba exportava para o Brasil e Colômbia. Esses contratos não foram renovados pelos governo Bolsonaro no Brasil e pelo governo Iván Duque na Colombia.
A vida pós Castro
Em 2018 Días Canel, um comunista de carreira sucedeu Raúl Castro, irmão de Fidel Castro encerrando o domínio do poder do clã Castro, que ao exemplo da Coreia do Norte apontava herdeiros ao cargo executivo sem eleições livres.
As decisões difíceis de Canel foram pioradas com a Covid-19. Imitando a China Comunista, Cuba fechou a ilha completamente em 24 de março de 2020. Outros países optaram por medidas menos restritivas. A natureza da infecção e sua dinâmica resultou que no longo prazo os países menos restritivos tiveram menos recorrência da doença.
O resultado para Cuba é que a indústria do turismo não se recuperou aos níveis antes da Covid-19, um resultado semelhante ao da China Comunista.
Problemas se acumulam e com a falta de petróleo barato, o preço da gasolina quintuplicou desde o início de março de 2024.
O preço da gasolina aumentou de valor cinco vezes em vinte dias, obrigando o governo a suspender até atividades de esporte.
Esta crise é apenas um sintoma de um problema muito grave: Cuba não produz.
Em 65 anos de ditadura não se dominou o planejamento centralizado em um país razoavelmente uniforme por ser pequeno. Não há demanda para seus “médicos”, não há demanda para sua medicina de ponta. Não há demanda por seu turismo. Não há produção de açúcar e nem de rum que cubra as necessidades do país.
O produto mais famoso, seus charutos, enfrenta uma queda de demanda internacional por conta da cultura anti-tabagista, além da concorrência de produtos da República Dominicana, Honduras e Nicarágua e até do Brasil. Fenômenos naturais como furacões também danificam as plantações, reduzindo a oferta. Finalmente, a falta de caixa para investimentos também reduz a produtividade.
O povo Cubano precisa de ajuda, mas com os principais “amigos” de Cuba em crise, a saída provavelmente será pelo abandono do regime comunista.
REFERENCIAS:
Protest erupts in eastern Cuba amid blackouts, food shortages | Reuters https://www.reuters.com/world/americas/protest-erupts-eastern-cuba-amid-blackouts-food-shortages-2024-03-18/
Cuba protests demand food and electricity amid shortages : NPR https://www.npr.org/2024/03/20/1239711488/cuba-protests-food-shortage-blackouts-oil
In Cuba, amid Covid-related tourism decline, workers reinvent themselves (nbcnews.com) https://www.nbcnews.com/news/latino/cuba-covid-related-tourism-decline-workers-reinvent-rcna587