ISRAEL OFERECE CESSAR FOGO E LIBERTAR MILHARES DE TERRORISTAS EM TROCA DE 33 PRISIONEIROS. ALÉM DESTES HÁ 91 REFÉNS SEQUESTRADOS PELO HAMAS
Israel aceitou trocar 33 reféns em posse do Hamas em troca de soltar milhares de terroristas assassinos e por um cessar fogo de seis semanas.
A difícil decisão do gabinete do primeiro ministro de Israel foi tomada depois de forte pressão do presidente Americano Joe Biden, que está desesperado por uma chance de ganhar um prêmio Nobel da paz. A pressão para aceitar o acordo implicava em algum dano imediato, posto que o governo Biden só tinha algumas horas de mandato para exercer a pressão. Não foi embargo de armas e nem oferta de cooperação futura, coisa que não daria tempo.
PRESSÃO INTERNA PARA NEGOCIAÇÃO EM ISRAEL
Israel é uma democracia. A única no Oriente Médio inteiro. A opinião pública está cansada da guerra contra o Hamas e ao completar um ano de cativeiro sem sucesso com a recuperação de todos os reféns – devido ao embargo de armas do amante de prêmio Nobel Biden – o gabinete de Benjamin Netanyahu foi obrigado a negociar.
Para quem não conhece a política de Israel, os votos são divididos em vários partidos que não conseguem mais do que 25% dos votos sozinhos. Há partidos de todas as ideologias, incluindo de extrema esquerda e os ultra-conservadores ou ainda os religiosos ultra-ortodoxos. Há até partido Muçulmano em Israel, que fazia parte do gabinete anterior, de oposição à Netanyahu. O partido mais votado teve 23 % e o décimo mais votado teve 3,5 % dos votos.
Com essa distribuição de votos, o gabinete é de coalizão, com o presidente eleito de Israel chamando o partido mais votado a formar um gabinete com 50% mais um do total de deputados. O líder do partido vencedor tem um prazo para formar o gabinete, negociando com os outros partidos. O prazo pode ser longo, de dois meses com algumas extensões. Ou o presidente pode chamar o lider do segundo colocado para formar o gabinete.
OUTRO DIA PARA LUTAR
A postura de Israel é amar mais a vida de um (ou três) reféns do que manter presos centenas de terroristas assassinos.
Esta é uma postura difícil de entender, mas é assim que se constrói uma nação baseada no amor.
O contrário, se Israel tivesse entrado em Gaza simplesmente para aniquilar o Hamas, a semente do ódio estaria sendo plantada até dentro de Israel onde há centenas de milhares de Palestinos cidadãos de Israel.
PRESSÃO SOBRE O HAMAS
O Hamas sofreu pressão dos seus patrocinadores Irã e Qatar. A situação financeira do Irã não permite a continuidade do patrocínio da guerra agora que a Síria não pode mais ajudar. O Hezbollah também está desarticulado e há um cessar fogo em vigor.
Os países ocidentais ofereceram ajuda humanitária para a faixa de Gaza. Não sabemos os detalhes, mas há o risco do material de construção enviado para a reconstrução de hospitais voltar a ser usado em construção de túneis e casamatas para proteger terroristas, os mesmos milhares de terroristas que retornam para Gaza libertados de Israel.
A faixa de Gaza poderia ser a mais bonita praia do Mediterrâneo. É uma pena que não se possa construir nada lá, porque o
QATAR
O Qatar agiu como mediador entre Israel e Hamas. Infelizemente Qatar é um mediador sem credibilidade. Em novembro de 2024 o governo Qatari declarou que iria expulsar os mediadores do Hamas pela intransigência nas negociações. (1) Lamentavelmente vemos que o Hamas continua no Qatar e o governo Qatari continua agindo como suposto meio de negociação. Há suspeitas que o governo Qatari coopera com o Irã em objetivos geopolíticos, inclusive na questão de financiar o Hamas. (2)
Agora que sabemos que a expulsão do Hamas não foi verdadeira, o que se pode confiar das declarações do governo Qatari? O ministro das relações exteriores da Arabia Saudita acusa o Qatar de dar suporte a terroristas. (3)(4).
FUTURO
Esperamos que o Hamas entregue os outros 30 sequestrados que prometeu e que se possa caminhar para a paz definitiva.
Israel está aguardando a volta de seus cidadãos, 91 deles, provavelmente pouco mais da metade vivos. Se o processo de paz for violado, as forças de defesa Israelenses (IDF) estão prontas para retomar as operações para recuperar os reféns por meio militar.
REFERÊNCIAS:
(1) Hamas officials booted by Qatar last week, now hosted in Turkey, diplomat says | The Times of Israel
Gaza ceasefire deal: What do we know and how will it work?
(2) Iran and Qatar forge unlikely bond over shared interests | Iran International
(3) Saudi foreign minister says working on list of Qatar ‘grievances’ – YouTube