O ACORDO DE BUDAPESTE – COMO A UCRÂNIA DESNUCLEARIZOU
É importante lembrar que a Ucrânia de desnuclearizou para obter sua independência, protegida pelos Estados Unidos e Reino Unido e França, com a China como observadora do Memorando de Budapeste. A Rússia, em troca de bilhões de dólares para ajudar em sua crise em 1994, deixou a Ucrânia independente e tomou as armas nucleares da Ucrânia.
O Memorando de Budapeste não foi simplesmente para dar proteção para a Ucrânia em troca das armas nucleares. A Russia se recusava a dar independência para a Ucrânia e estava usando as armas nucleares em posse dos Ucranianos como motivo para invadir militarmente.
A negociação envolvia a promessa explícita que a Rússia não invadiria a Ucrânia.
Em troca, a Russia recebeu muito dinheiro e ajuda dos Estados Unidos, Reino Unido e Europa.
A DIFICULDADE DAS NEGOCIAÇÕES
Nesta última sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025, foi realizada uma cerimônia para a assinatura de um acordo entre os Estados Unidos e a Ucrânia.
Assim como todos os tratados importantes, o acordo foi redigido pelos diplomatas dos dois países em reuniões preparatórias realizadas por técnicos que promovem a harmonização dos termos usados nos textos assim como a verificação de que os tratados são legítimos nas duas jurisdições e que finalmente atendem os desejos dos dirigentes que irão assinar o tratado.
A cerimônia na Casa Branca em Washington era para ser apenas um momento formal, com a fala de um presidente, Zelensky, grato pela ajuda financeira e pela proteção oferecida pelo tratado e uma fala do presidente Trump, que reafirmaria a parceria com a Ucrânia, com maior presença econômica e, portanto, dificultando enormemente uma continuidade de invasão Russa.
A assinatura do acordo deveria ter sido realizada em duas outras ocasiões.
Em Munique, sul da Alemanha, Zelensky se recusou a assinar o acordo, depois de ter aceito os termos preliminarmente. A recusa foi justificada por ceder demasiado direitos aos Americanos.
Em outra ocasião, o secretário de tesouro, Scott Bessent foi a Kyiv no dia 12 de Fevereiro para assinar um acordo que novamente foi rejeitado por Zelesnky.
Zelensky busca um acordo mais vantajoso para a Ucrânia desrespeitando o trabalho de seus próprios diplomatas, como se fosse um negociador de carros usados que aceita os termos do acordo para depois acrescentar mais algumas demandas.
O problema dessa modalidade de negociação que é bastante comum na região, mas não é considerada decente. A embaixadora da Ucrânia colocou as mãos na cabeça no momento que Zelensky de braços cruzados se recusou a assinar o acordo, revelando o quão surpresa estava. Zelensky havia dado o aval para os termos e se aproveitou das câmeras para exigir mudanças nos termos. Trump sendo o menos diplomático dos políticos, simplesmente se negou. J. D. Vance o vice-presidente dos Estados Unidos foi o mais incisivo na negociação, assumindo o papel de crítico de Zelensky.
Tudo está no vídeo transmitido ao vivo e disponível. Vejam o vídeo e ouçam o áudio original ou a tradução original em Português do episódio. Não se deixem enganar pela “interpretação” dos jornalistas Brasileiros.
O ACORDO FOI NEGOCIADO COM REINO UNIDO, FRANÇA E UCRÂNIA ANTES.
É preciso observar que Trump se reuniu com Keir Starmer e com François Macron durante a semana, antes da reunião com Zelensky na sexta feira. Starmer é primeiro ministro do Reino Unido e Macron presidente da França. Estas duas nações são as garantidoras do Memorando de Budapeste. A China é observadora, mas tomou o lado da Russia.
Não se publicou tudo sobre estas reuniões, mas é muito provável que Trump tenha apresentado os termos do acordo já aceito pelos diplomatas e presidente da Ucrânia para Starmer e para Macron, que devem ter contribuido para a redação, mas que no final devem ter avalizado os termos.
É uma movimentação gigantesca dos líderes mundiais e a intransigência de Zelensky se torna injustificável quando incluimos essa informação.
Zelensky já pediu desculpas na sexta feira à tarde durante uma entrevista a Bret Baier da Fox News e aparentemente vai retomar as negociações.
IMPERIALISMO BELIGERANTE RUSSO
A Rússia deseja retomar a Ucrânia porque considera a Ucrânia uma parte “natural” de seu país. Assim como considera o Belarus e a Ossetia e a Georgia e a Chechênia como parte da Russia. Esse imperialismo é marcado pela intromissão na política eleitoral desses países independentes e também nas invasões militares dos Russos.
O caso da Chechênia é interessante porque os rebeldes Chechenos conseguiram sua independência na Primeira Guerra da Chechênia, quando venceram os Russos. A Rússia reconheceu a independência, mas quando se fortaleceu novamente, voltou a invadir a Chechênia e hoje o país é um satélite Russo novamente.
Os tratados de paz não significam nada para os Russos.
Até países fora da URSS foram invadidos. Antes da Segunda Grande Guerra Mundial, a URSS invadiu a Finlândia e anexou um bom pedaço do Golfo da Finlândia. A sanha imperialista dos Russos não tem limites. Por esse motivo, a Finlândia e a Suécia hoje fazem parte da OTAN.
O MITO DA EXPANSÃO DA OTAN
Há quem diga que os Estados Unidos prometeram que não iriam expandir a OTAN para o Leste Europeu.
Isso é uma bobagem repetida por gente como Jeffrey Sachs, que é um econominsta que não sabe história e que não pode apresentar o tratado, memorando, ou qualquer coisa que o valha como promessa de não expansão porque isso não existe.
O que existe é uma confusão entre Leste da Alemanha e Leste da Europa, como se pode ler na entrevista com Gorbachev.
Do Brookings intitute, temos a declaração do antigo presidente Soviético Gorbachev’s
Agora temos a voz confiável direto de Moscow confirmando o entendimento [de que não houve promessa de não expandir a OTAN ]. A publicação Russia behind the Headlines publicou uma entrevista com Gorbachev durante a negociação da unificação das Alemanhas. O entrevistador perguntou se Gorbachev insistiu com James Baker a promessa de não expandir a OTAN para o Leste. A Resposta de Gorbachev foi de que o “Tópico de ‘expansão da OTAN` sequer foi discutido e não foi levantado durante aqueles anos. O que foi discutido foi a não expansão das estruturas militares da OTAN no que era a Alemanha Oriental, após a reunificação. A declaração de Baker foi feita nesse contexto. Tudo que foi necessario foi feito para solidificar aquela obrigação política foi feita.”
Não há nenhuma promessa de não expandir a OTAN para o Leste. Quem difunde essa mentira é malicioso ou desinformado.
O ACORDO COMERCIAL COM OS ESTADOS UNIDOS
A única forma de forçar a Rússia a cumprir os tratados de paz é com a presença de Americanos na Ucrânia.
A Rússia rasgou os tratados assinados. O Memorando de Budapeste foi desprezado na invasão de 2014, contando com Barack Hussein Obama, um presidente fraco que não ofereceu resistência à invasão. A Rússia também desprezou o Protocolo de Minsk, redigido em seu favor.
Com a presença dos Americanos explorando minerais em regime de 50% de royalties a Russía terá problemas para invadir o território, porque implica em matar Americanos ou destruir ativos Americanos.
Por outro lado, significa que os Estados Unidos estarão reconstruindo a infra-estrutura destruída da Ucrânia com grandes investimentos em produção mineral e de beneficiamento dessa produção.
O melhor para a Ucrânia é Zelensky pedir para assinar o acordo.
REFERÊNCIAS:
Marco Rubio calls for Volodymyr Zelensky to apologize to Donald Trump
Zelenskyy declines to accept US proposal to access Ukraine’s minerals | AP News
Ukraine working on new potential deal with US over mineral resources: Sources – ABC News
Zelenskyy speaks out after his spat with Trump in explosive Oval Office meeting | Fox News