A CADA ELEIÇÃO A ESQUERDA CONFIRMA QUE SEU PROJETO É DE PODER E NÃO DE GOVERNO.
A cada eleição que a esquerda ganha, sua primeira declaração é de que o povo os elegeu e que há um mandato para governar.
A equerda coloca esse mandato como a autorização para governar sozinha. Não há motivos para conceder espaços a quem perdeu as eleições uma vez que a urna já decidiu quem deve governar.
Com esse mandato, a esquerda quer alterar as constituições e também alterar os regulamentos dos tribunais e das câmaras legislativas. Tudo autorizado pelo vitória nos votos. Qualquer tentativa de se propor qualquer sugestão é rechaçada como uma afronta ao mandato. Quem perdeu deve se calar.
Essa atitude é perigosa. A Constituição dos países são escritas de modo a ser difícil sua alteração simples porque não são escritas para atender as demandas dos eleitores e nem do governo. A Constituição é feita para servir à nação, no presente e no futuro.
Uma dessas questões básicas é como dividir os direitos e obrigações entre os netos e os avós. Entre os jovens e os velhos.
Crianças não votam e assim, os avós precisam amar seus netos para tomar as decisões políticas que sirvam ao futuro. Isso implica, por exemplo, em não permitir que o governo se endivide, porque o governo endividado vai ter que pagar essa dívida no futuro. Outra decisão importante é como se vai formar os fundos de pensão para pagar os aposentados.
O voto não é uma carta branca para alterar tudo. É apenas a escolha de governo para os próximos anos e, em muitos casos, os eleitores votam em um executivo de um partido e nos congressistas de outro partido, dividindo o poder para obter uma resposta dividida.
Outra questão é a alteração da constituição ou dos regulamentos. O partido Democrata dos Estados Unidos, acreditando que seria ganhador das eleições, promoveu um projeto de alteração das regras do senado – de 1937 – para acabar com a obstrução, um direito da minoria no senado Americano. O lider Democrata do senado, Chuck Schumer, disse que a obstrução impede a votação de seus projetos.
Com a derrota nas urnas, os senadores do partido Democrata nos Estados Unidos estão agora denunciando os seus futuros colegas – a posse é em janeiro de 2025 – que a eliminação do procedimento de obstrução é contra a democracia. Chuck Schumer, o mesmo do parágrafo anterior, diz agora que a obstrução é uma garantia para a democracia e que os senadores do partido Republicano devem ceder espaço para a oposição – o próprio Schumer.
Se a esquerda não tivesse dois padrões, não teria nenhum.
DETERMINISMO HISTÓRICO
O entendimento da esquerda é que a proposição Marxista de que o mundo vem do Feudalismo, evolve para o Capitalismo e irá desenvolver para o Socialismo e eventual Comunismo está fora de moda dos debates, mas está muito presente nas mentes dos dirigentes de esquerda. A cada momento acreditam que seu mandato autoriza o movimento em direção ao socialismo.
Muitos pseudo-conservadores acreditam nesse mandato também. A evolução do capitalismo, acreditam, permite que se forme uma “caridade governamental”, onde uma rede de proteção impedirá as pessoas que se encontram em crise econômica de sofrer abaixo da linha de dignidade humana, propondo então o primeiro estado de bem estar social.
Essa visão de ser caridoso sempre foi presente entre os religiosos – todas a religiões – mas essa visão de estado caridoso foi criado pelos conservadores na Alemanha e na Inglaterra do final do século XIX.
O problema é que se sabe que quanto menos as pessoas tiverem que arcar com a penalidade de seus erros, mais elas irão se arriscar, criando uma dependência cada vez maior na caridade do estado. Isso se observa nas cracolandias no mundo inteiro. Também se observa na quantidade de mães abandonadas pelos pais de seus filhos.
A diferença entre a caridade privada e do estado, é que o estado impõe por meio de impostos o confisco das rendas de quem escolheu certo para distribuir essa renda a quem fez as más escolhas.
Na caridade, o doador doa se quiser o quanto puder, inclusive para quem doar. Não há obrigação na doação.
A ESQUERDA QUANDO PERDE
Quando a esquerda perde as eleições, suas reações são repetitivas.
Quer que todas as “Conquistas” sejam mantidas pelos adversários. Não acreditam na alternacia do poder e exigem – exigem – que seus projetos sejam preservados e até incentivados pelos adversários.
Quer ter espaço no governo, em nome da diversidade de opinião, mesmo que durante o governo de esquerda tenha bloqueado qualquer tentativa de colaboração. Agora exige e quer que os vitoriosos ofereçam espaços para o contraditório.
MÍDIAS À SERVIÇO DE IDEOLOGIA
Apesar da maioria dos maiores grupos empresariais de mídia estarem sob a propriedade de conservadores, a esmagadora maioria dos jornalistas, pseudo-jornalistas e “consultores” são de pensamento Marxista. Isso é verdade no mundo inteiro e até resultado natural da formação de jornalistas em faculdades especializadas em jornalismo e não na transição de profissionais bem sucedidos em suas carreiras se transferindo para a ocupação de jornalistas.
O problema da esquerda na vitória e na derrota é multiplicado pelo viés de preferência que os jornalistas aplicam nos dois casos.
Para os jornalistas, a esquerda não consegue sucesso nas suas políticas porque os conservadores impedem o sucesso. Para os jornalistas, os conservadores não comseguem sucesso em suas políticas porque os conservadores são incapazes de sucesso.
Mesmo quando os índices de sucesso são favoráveis aos conservadores, os jornalistas atribuem esse sucesso – se for popular – ao populismo. Se for sucesso econômico, atribuem o sucesso à pura sorte ou ainda a uma conspiração para o sucesso e finalmente se for sucesso em geral, os jornalistas atribuem o sucesso aos políticos de esquerda que prepararam tudo nos seus governos e que os conservadores só se aproveitam do resultado. Mesmo que durante os governos de esquerda todos os índices estivessem negativos.
Isso impede que os políticos de esquerda aprendam com seus erros, que para os jornalistas, inexistem. Para piorar a situação, os políticos conservadores aprendem a lidar com a mídia e a usar de seus próprios canais de acesso ao público, com uso de mídia social.
Os eleitores também não são cegos e percebem que a mídia está corrompida. Neste ciclo de eleições nos Estados Unidos, o entrevistador recebeu 500 mil dólares em doações para sua ONG da campanha de sua entrevistada, Kamala Harris.
Ophra Winfrey também recebeu 2,5 milhões de dólares da campanha. Esses valores supostamente são para cobrir custos de produção do evento.
Outros entrevistadores também receberam centenas de milhares de dólares.
Os próprios jornalistas estão polarizados no assunto, com poucos denunciando e a maioria dizendo que é preciso preservar a reputação dos jornalistas e não espalhar a notícia.
O POVO
A democracia se enfraquece quando o voto e seu mandato é distorcido. É preciso abandonar a postura revolucionária quando se perde as eleições.
Diferente de revoluções, as eleições são periódicas e há sempre a possibilidade de se voltar ao poder. Não é necessário eliminar a oposição, é preciso convencer a oposição e os eleitores do que é melhor para a nação.
O voto não é decisão final, é apenas a escolha para o mandato até as próximas eleições.
REFERENCES
Chris Harman: From feudalism to capitalism (Winter 1989)
Chuck Schumer outlines 2025 agenda if Democrats sweep, eying filibuster changes