A Rússia está sob sanções internacionais que impedem o comércio e as transações financeiras com o mundo. A maior parte dos países limita seu comércio a produtos não listados como parte do embargo.
As exceções são a China, Coréia do Norte e a Índia. Estes três países aumentaram seu comércio com a Rússia apesar de organizações internacionais terem declarado que este comércio era proibido.
É um problema interessante que o planeta inteiro se comprometa a forçar a Rússia a desistir da anexação de territórios pela força e países que se declaram anti-imperialistas furam o acordo e compram petróleo e vendem armamentos para a Rússia.
A China e Índia compram petróleo barato da Rússia além de serem parceiros militares dos Russos há muitos anos.
A Índia é cliente dos Russos e era cliente da União Soviética, comprando caças a jato e até porta-aviões da União Soviética. Obviamente, quando a União Soviética invadiu o Afeganistão, país próximo à Índia, mas que não faz fronteira direta. A Índia não condenou a invasão e até deu apoio aos Soviéticos, oferecendo ajuda humanitária aos Afegãos.
A União Soviética também cedeu assistência técnica para a produção da bomba atômica Hindu, fornecendo tecnologia e até Urânio enriquecido.
Não é surpresa então que a Índia se obrigue a furar o bloqueio internacional para ajudar o parceiro Russo a invadir e anexar território da Ucrânia por meios militares. A Índia também tem interesse em anexar o território de Kashmir à força e o precedente da Rússia ajuda a justificar a futura invasão.
A China é uma parceira corriqueira da União Soviética, apesar de ter entrado em guerra uma contra a outra por disputa de territórios. Os Russos precisam de manter o fluxo de petróleo e os Chineses querem petróleo barato, mesmo furando o bloqueio comercial.
A China também tem interesse em vender tudo o que os Russos precisam comprar depois que a guerra acabar. A Rússia atualmente produz focalizado nas necessidades de guerra e a China está se preparando para ser a grande fornecedora dos produtos do pós guerra.
A Coréia do Norte é o mais novo parceiro da Rússia, mas com uma diferença importante. Nem Índia nem China estão dispostas a exportar armas para a Rússia. A Coréia do Norte está re-exportando armamento que importou da Rússia e também exportando materiais bélicos que fabrica ela mesma.
Como a Coréia do Norte já está sob sanções internacionais, não corre muitos riscos.
O que a Rússia promete para os Norte Coreanos é mais preocupante. Pode ser que incluído nas negociações esteja a transferência de tecnologia militar e venda de produtos para uma eventual escalada de conflito com a Coréia do Sul.
Esses três países furam o bloqueio comercial desprezando o esforço mundial para desestimular a invasão de territórios alheios por meios militares e jogam o custo para o resto do mundo, que tem que arcar com o preço de petróleo mais caro, enquanto malandramente compram petróleo proibido a quase metade do preço.
E há mais um problema. A população somada dos países que furam o bloqueio equivale a quase metade da população mundial. Seus governos representam metade da população do mundo – mediante processos democráticos na Índia e menos democráticos nos outros países.
Metade do mundo acredita que a força faz a razão.
E isso é muito ruim para a outra metade.